sábado, 4 de abril de 2020

História das ROSAS - 1

Os chineses foram os primeiros a descobrir as qualidades medicinais das rosas: da polpa dos frutos pode ser feito um chá com propriedades diuréticas e das pétalas extraísse o óleo para uso no tratamento da pele e a essência para a perfumaria, sendo necessários 5 mil kg de pétalas de rosas para se produzir 1 litro de óleo essencial (GILL & POGGE, 1974).  

Algumas variedades cultivadas, principalmente R. damascena e R. gallica, são utilizadas para obter óleos essenciais e a água destilada de rosas. A essência extraída das pétalas é empregada como aromatizante em perfumaria e cosmética (SILVESTRE & MONTSERRAT, 2001).  

Os botões florais e as pétalas de algumas rosas (R. gallica, principalmente) são utilizados em fitoterapia, para uso no tratamento de algumas afecções dermatológicas, devido à riqueza em taninos. 
Os hipantos das rosas (em especial de R. canina), além dos taninos com propriedades adstringentes, são ricos em carotenos, pectina, D-sorbitol, vitamina C e ácidos málico e cítrico, sendo recomendados nas dietas para ganhar peso. 

No entanto, o principal uso das rosas tem sido, sem dúvida, em horticultura ornamental (GILL & POGGE, 1974). Muitas rosas são espécies pioneiras que colonizam naturalmente áreas alteradas (ANDERSON & EDMINSTER, 1954). Arbustos de R. canina foram usados como vegetação pioneira em um programa de implantação de florestas em planícies aluviais na Alemanha, ao longo do Rio Elba (GREGER, 2002). 

Durante séculos as rosas têm tido uso na culinária. Uma receita de confeitos de rosas, dos antigos romanos, é a mais antiga referência do uso desta flor como ingrediente. 

No século X, os persas exportavam água de rosas para quase toda a Europa, Ásia e norte da África e era comumente usada como aromatizante em bolos e biscoitos. No século XIV, as rosas eram usadas extensivamente em molhos para peixes e caças, e também em sobremesas, confeitos e conservas. No século XIX as rosas foram usadas como corantes e aromatizantes em chá, molhos, óleos, confeitos e conservas. O fruto de R. canina (rose hips) é usado em geléias, chás e é uma excelente fonte de vitamina C (DENSMORE & ZASADA, 1977).  Suas folhas podem ser adicionadas a outras ervas na preparação de chás e suas pétalas são usadas no preparo de confeitos, xaropes, molhos e vinagres (FLOWERMONTHCLUB, 2003). 


As rosas têm sido o mais importante produto da história da floricultura mundial, movimentando valores da ordem de dez bilhões de dólares anualmente (GUTERMAN, 2002). Embora existam flutuações no ranking mundial das flores de corte mais vendidas, a rosa sempre se posiciona entre as três mais procuradas (DAUDT, 2002). 

O Brasil é um grande produtor de rosas para corte, atendendo tanto o mercado externo como o interno, com grande potencial para aumento na produção (NOVARO, 2005). No Rio Grande do Sul, a rosa é a principal flor de corte produzida, sendo cultivada em 160 unidades de produção, 49% das quais a céu aberto, diretamente no solo, e 51% sob estufas plásticas (DAUDT, 2002). Na CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), são comercializados por ano cerca de cinco milhões de dúzias de rosas (BARBOSA, 2003). No entanto, há carência de mais dados a respeito da produção e comercialização de rosas no país, resultado da insipiente pesquisa relacionada.



Rosas silvestres proporcionam uma valiosa cobertura e alimento para a vida silvestre, especialmente pássaros e mamíferos, que agem como dispersores de sementes (GILL & POGGE, 1974), sendo também utilizadas como alimento por muitos ungulados domésticos e silvestres (MEYER, 2003).  
Foto: Eliane Sena

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Tabela de diluição dos Óleos Essenciais

Tabela  by Eliane Dornellas